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Artigo 2 - A Espiritualidade da Voz - Percussão



A Espiritualidade da Voz - a voz do instrumento de percussão

Pamela Cristiana de Almeida - pesquisadora

Profa. Mestra Paula Molinari



Grupo de Pesquisa Performance e Pedagogia Wolfsohn (CNPQ)

Linha de Pesquisa: Espiritualidade da Voz – Música Ritual


Observações Iniciais:

Esse artigo é parte de uma pesquisa aberta e que utiliza-se da rede para uma avaliação constante de resultados e da manutenção do diálogo. Toda a pesquisa tem como corpus os estudos em torno da Pedagogia Wolfsohn e sua abrangência para o ensino e a compreensão de uma estética da arte à partir do século XX.



1. Introdução

Como leiga atuante de uma Comunidade Católica, no ministério de música litúrgica, na Paróquia São Roque, na cidade de Itapetininga-SP e colaboradora da equipe Diocesana de Liturgia e Música, também da Diocese de Itapetininga-SP, estou a serviço da Liturgia não como uma teoria apenas, mas, uma Liturgia que é vida, ocupando o lugar de uma baterista e cantora. Nesse fazer comecei a acreditar na voz como a condutora de todos os trabalhos, não só enquanto cantava, mas também, quando tocava e percebia uma comunicação presente nos instrumentos de percussão. Procuro, então, buscar na voz, as respostas que depois pretendo aplicá-las não somente no fazer litúrgico, mas também no meu próprio instrumento. 

A hipótese é que de que existe uma recorrência do uso da voz como caminho para a espiritualidade. 

O objetivo é aprofundar a reflexão com base em estudiosos da voz e da espiritualidade. 



2. Primeiras Palavras

Autores apontam a voz como sendo a portadora de todos os sentidos, mas não incluem nisso a espiritualidade através da voz e que pode ser expressada na voz do instrumento.

Molinari (2008) pergunta: “Onde está a espiritualidade da voz a não ser no fato de poder expressar o indizível?”

A pergunta instiga e leva à pesquisa. Os autores são saboreados na ânsia do saber. Os Santos Padres Ambrósio e Agostinho, muitas vezes citados pelo autor Xabier Bazurko (2005) contribuem para o entendimento do termo espiritualidade do canto, da voz. A autora Jerusa Pires Ferreira (2003) nos faz olhar para o fenômeno da arte através de Lotman (2003 e 2005) para chegarmos a uma compreensão da memória e da fixação da cultura e falarmos da oralidade dos instrumentos através da autora Paula Molinari (2007 e 2008) que começa um delineamento qual do caminho para que esta voz seja compreendida em sua totalidade expressica. Aí entra a questão de olhar para a voz, como a portadora do indizível. De Molinari (2007) vem a articulação de idéias com o autor Paul Zumthor (2010) que oferece um universo conceitual inestimável.



3. Sobre Espiritualidade

Ao falar de espiritualidade é necessário dizer de qual espiritualidade falamos, assim Buyst, (apud Fonseca, 2000), ao falar do Pe. Geraldo Leite Bastos sintetiza:

"A espiritualidade do liturgo Geraldo Leite Bastos se resume à união de três coisas: o gesto corporal, o sentido teológico que objetivamente este gesto tem dentro da liturgia cristã, e a atitude espiritual que este gesto requer e cria ao mesmo tempo. Em cada um dos gestos e em cada uma das ações litúrgicas é preciso buscar esta unidade."

Isso nos conduz a uma compreensão de completude análoga à espiritualidade. Espiritualidade como gesto corporal, gesto teológico e atitude espiritual nos faz crer que o caminho de desenvolvimento vocal proposto por Molinari (2007) busca a integração do ser humano em suas dimensões: corporal, mental e psíquica para a tarefa de ser mediador de sentidos quando canta. A voz descortina o fluxo de emoções nessa perspectiva e, mais que isso, quando o cantor busca essa integração ao somar-se o elemento teólogico, litúrgico e estético traça, de maneira indissociável um aprofundamento espiritual.

Visualmente:




Espiritualidade 

Desenvolvimento Vocal/Canto


Gesto corporal 

Corpo que é voz – Voz que é corpo nas dimensões corpo, mente, psiquismo


Sentido teológico 

Vivência litúrgica – experiência da performance ritual – experiência estética


Atitude espiritual 

Comunicação do sentido que se torna material na voz/corpo




Assim, não podemos deixar de citar como o mestre do canto, o sacerdote cantor ou as figuras míticas trazem representações da força da voz. Vejamos como Santo Ambrósio, (apud Basurko, 2005) refere-se a Orfeu para falar sobre Jesus Cristo:

“Jesus Cristo é o novo Orfeu que, com o poder de sua palavra divina, encanta e cura as almas de seus seguidores. A Igreja tem Jesus, seu Senhor, como encantador, e os outros magos e encantadores nada podem lá onde o cântico de Cristo é cantado a cada dia."

Nada é maior que as palavras de Jesus Cristo que, por si só são canto, entendidas como um novo canto orfeico. Com o reforçador de que agora o canto do novo Orfeu é o único canto encantador dentre todos.

Para Agostinho (apud Fonseca, 2000) o canto destila a verdade:

“Quanto chorei ouvindo vossos hinos, vossos cânticos, os acentos suaves que ecoavam em Vossa Igreja! Que emoção me causavam! Fluíam em meu ouvido, destilando a verdade em meu coração. Um grande elo de piedade me elevava e as lágrimas corriam-me pela face, mas, me faziam bem.”

A voz não é mera ação mecânica. A voz é a corporificação de uma experiência singular. Então, o que é voz?



4. Sobre Voz

Façamos uma visita aos autores que refletem a voz que aqui discutimos como portadora de identidade.

Para Zumthor (apud Molinari, 2007):

“A voz é uma forma arquetípica no inconsciente humano, imagem primordial e criadora, energia e configuração de traços que predispõem as pessoas a certas experiências, sentimentos e pensamentos.”

Tomando-se essa afirmação a voz conduz à experiência ao mesmo tempo é também conduzida quando é configuração. Ela é o ponto central de onde emergem possibilidades infinitas de significação porque ao predispor à experiência se refaz ao ser novamente ouvida por quem a emite. Ainda para Zumthor (2010):

“Ela interpela o sujeito, o constitui e nele imprime a cifra de uma alteridade. Para aquele que produz o som, ela rompe uma clausura, libera de um limite que por aí se revela, instauradora de uma ordem própria: desde que é vocalizado, todo objeto ganha para um sujeito, ao menos parcialmente, estatuto de símbolo.”

Há uma grande necessidade de dizer como isso deve ser entendido e compreendido. O som confere sentido, não é a palavra sozinha que constrói esse universo e sim, a palavra proferida. Essa dinâmica está na afirmação de Zumthor (2010):

“A enunciação da palavra ganha em si mesma valor de ato simbólico: graças à voz ela é exibição e dom, agressão, conquista e esperança de consumação do outro; inferioridade manifesta, livre da necessidade de invadir fisicamente o objeto de seu desejo: o som vocalizado vai de interior a interior e liga, sem outra mediação, duas existências (...) Assim como o contador, o cantor não nomeia o que está falando: ele o prenomeia, num discurso prévio e singular, referente à incomunicabilidade do sujeito. Capturando tal acontecimento, tal objeto para lhe conferir existência – ao mesmo tempo poética e vocal -, ele os torna prováveis, aptos a despertar o desejo ou a esfriá-lo, a causar dor ou prazer; mas não os "ex-plica"; ao contrário, os "im-plica".

Essa dinâmica de fazer sair a voz é mais que explicar, é implicar sentido, é existência singular, moldada na experiência, é litúrgica quando a experiência litúrgica nela estiver contida, é espiritual quando emana integridade.

Parece-nos que fora dos livros de liturgia há uma maior exploração da voz como elemento ritual e isso nos impulsiona à escrita porque precisamos contribuir para que essa cisão não perdure. Vejamos o que Valente (1999, p. 133):

“Como meio de comunicação com o sagrado, condição de acesso do homem ao Todo Poderoso, ao desconhecido, enfim, a voz permanece forte elemento ritual através de fórmulas encantatórias verbalizadas, cantos (sobretudo em grupo), seja nos cantos védicos, seja na liturgia da missa católica, seja nos rituais de candomblé. Como elementos de socialização, a música cantada também se faz presente nos mais diversos grupos, sofrendo transformações, a rigor, bastante sutis e lentas,(...): são as canções de trabalho, de ninar, de festejos populares, dentre tantas outras.”

Parece-nos óbvio um percurso que ainda deve ser sedimentado e bem trilhado. Não mediremos esforços nesse diálogo constante.

Molinari (2008) sintetiza, apontando a Pedagogia Wolfsohn:


“É nessa voz que Alfred Wolfsohn acredita residir a força da singularidade, na voz que rompe o silêncio de nós mesmos, destrói o falso sentido da palavra e, escancara a verdade, quando ouvida nela mesma. Não há como expressar a si mesmo sem que a alma cante e sem que o corpo participe. (...)É a voz que expressa o indizível. Aquilo que a palavra em seu sentido não esgota. Nessa manifestação humana reside o som do indizível e que pode ser um caminho de encontro ao Sagrado.”


Tomando-se a afirmação de que não há como expressar-se a não ser pela voz e compreendendo-se que a voz não vocalizada é também uma dimensão vocal, tomamos que o instrumento de percussão, assim como qualquer outro instrumento musical, é uma extensão da voz do músico que, ciente dessa realidade, ao desenvolver a voz desenvolve sua escuta mais profunda e expressa-se melhor. Seguimos nesse caminho explicitando mais sobre a voz e o instrumento de percussão através dos autores que apresentamos.

5. Voz e Percussão - A Obra de Arte

É necessário compreender que o transito de significações se dá também através da memória. Ferreira (2003) afirma que cultura é memória. Nessa memória inscreve-se o transito da cultura com o ser e, através do instrumento, também texto de cultura, dá-se a fusão de vozes e expressa-se em obra de arte. Sobre a obra de arte tomamos Lotman (2005): 

 "O objeto da arte, a trama (siuzhet) da obra artística, sempre se oferece ao leitor como um relato sobre ele, já trocado e preexistente.(...) Em particular, isso se expressa em que todo o caminho do desenvolvimento da trama se oferece ao leitor como algo passado, que ao mesmo tempo é como se fosse, para o leitor, como algo passado, que ao mesmo tempo, é como se fosse presente e como algo condicional, que ao mesmo tempo é como se fosse real. (...) da mesma maneira o condicional se converte emocionalmente no real.
A Arte é um meio de conhecimento e, em primeiro lugar, de conhecimento do homem. (...) que devemos entender como conhecimento do homem? Tramas que conduzem o homem a uma situação de liberdade e, logo, investigam o comportamento que elege, nessa situação. (...) a verdadeira essência do homem não pode revelar-se no mundo real. A arte leva o homem ao mundo da liberdade e isso mesmo revela a possibilidade de seus atos éticos. (...) A arte é um mecanismo de processos dinâmicos."

Assim, nesse dinamismo que Lotman (2005) nos brinda, a obra de arte é caminho de uma mistagogia. A liturgia é também dinâmica e se encerra nas transcriações que ocorrem da experiência ao som percutido, claro, que já foi mediado pela voz.

O Pe. Geraldo Leite Bastos (apud Fonseca, 2000) descreve o atabaque como o instrumento que levava ao silêncio. Na comunidade de Ponte dos Carvalhos, no nordeste brasileiro, o atabaque era o instrumento de acesso ao estado orante. Esse é um texto de cultura próprio  (Lotman, 2005) desse grupo e que aqui nos serve de exemplo que como essa voz do atabaque ao soar calava as demais para abrir uma oralidade interior, sem vocalização.

Daí que a liturgia da igreja Católica Apostólica Romana pós Concílio Vaticano II aponta para a inculturação, ou seja, a aculturação de elementos regionais que devem passar a fazer parte do rito numa tentativa de maior aproximação da experiência, da espiritualidade. Nesse contexto o instrumento musical, no nosso caso o de percussão, é uma das vozes da voz da liturgia.

Em notas do diário de pesquisa a pesquisadora Pamela (2012) aponta:

"Como percussionista e baterista atuante em encontros de formação litúrgico musical, celebrações, fui com o tempo percebendo a possibilidade de um diálogo com as pessoas através da percussão. Eu tinha a prática do canto também, mas, quando eu não cantava percebia que continuava me comunicando com os toques e os ritmos das percussões ou da bateria. Sabendo de toda a fama de instrumentos denominados "barulhentos", tinha muitas vezes que conviver com situações delicadas, onde já me olhavam com um teor de que "começaria o barulho" e então eu entrava em ação sem dizer absolutamente nada, apenas tocava e os olhares passavam por uma transformação, eram mais receptivos.
Tenho buscado uma maneira de mostrar a possibilidade de cantar com a percussão de uma forma orante, que não seja simplesmente um instrumento que marca o pulso da música e que determina um ritmo, mas um caminho de expressão daquilo que rezamos. Eu costumo dizer que o instrumento canta também, é como uma extensão do meu corpo. É um respeito mútuo entre dois corpos e quando acontece essa junção, é possível ouvi-lo cantar. 
Na música ritual a percussão pode oferecer além do ritmo, algo que podemos chamar de "fraseado", que é uma possibilidade de tocar sempre pensando no sentido que cada música pede ou que cada parte da música quer dizer, expressar. É uma voz sem palavras mas com significados."

Da experiência ritual à vida, isso nos leva à liturgia.


6. Voz da Liturgia


A voz é rito desde sua emanação quando consideramos todas as decantações pelas quais ela passa. Alcalde (apud Fonseca, 2000) nos impulsiona ainda mais quando afirma:


"Uma das principais funções da música é estabelecer a comunicação com o sobrenatural. O canto é um caminho para o encontro entre Deus e o homem, pois tem poder de transformação, tem força e capacidade de mediação."

Nessas infinitas mediações a voz é o centro ainda mais potencial quanto o canto é a energia transformadora. Não é ornamento e sim, condição necessária e obrigatória de imersão no que se celebra.

A voz que passa pela mediação do corpo para realizar-se em percussão já se fez canto quando se elaborou antes da execução na escuta interior. Esse processo é também um processo análogo ao caminho da espiritualidade proposta  por Ambrósio. Olhar dentro e exalar em canto, em som, em melodia através da percussão é o que propomos.

7. Considerações Finais
Diante do exposto nos deparamos com:
  • a potencia da comunicação estabelecida através do instrumento passa antes pela voz que não se cala enquanto o instrumentista dialoga com seu entorno. A voz interior se exterioriza em percussão, em ritmo e faz soar os impulsos mais imanentes, primitivos e que chegam ao outro como um código comum, a saber, aquele que se estabeleceu desde o momento da concepção quando o sangue passou a circular, quando o sistema nervoso trocava sinapses e quando o coração começou a pulsar em ritmo simétrico.;
  • essa relação da percussão com a compreensão humana de significados profundos do ser não pode ser tratada de outra forma que não a de desvelar o inaudito no toque preciso do ministério de canto e música;
  • a realidade de que há ainda um longo caminho a ser percorrido mas, os primeiros passos precisam ser dados, ainda que muitas quedas serão necessárias para construir um primeiro mapa seguro no encontro da união das singularidades culturais ao rito proposto pelo Concílio Vaticano II;
  • a necessidade de uma imersão maior em autores de outras áreas do conhecimento, como a linguística, os estudos medievais, a semiótica da cultura e da literatura para uma melhor compreensão da grandiosidade da voz e sua compreensão na participação como elemento ritual.

REFERÊNCIAS:

ANTISERI, Dario.: REALE, Giovanni. História da Filosofia, Volume 1. - São Paulo: Editora Paulus, 2005. Edição 11ª. (Coleção Filosofia).

BASURKO, Xabier. O canto cristão na tradição primitiva / Xabier Basurko; tradução Celso Márcio Teixeira. - São Paulo: Paulus, 2005. - (Coleção liturgia e música / coordenador Joaquim Fonseca).

FERREIRA, Jerusa Pires. Armadilhas da memória e outros ensaios / Jerusa Pires Ferreira. - Cotia, São Paulo: Ateliê Editorial, 2003.

FONSECA, Joaquim. O canto novo da nação do divino: música ritual inculturada na experiência do padre Geraldo Leite Bastos e sua comunidade / Joaquim Fonseca. - São Paulo: Paulinas, 2000. - (Coleção Liturgia e participação)

LOTMAN, Iuri M. O fenomeno da arte. Entretextos. Revista electronica semestral de estudios semioticos de la cultura. No. 5 (Maio, 2005), ISSN 1696-7356 disponível em http://www.ugr.es/~mcaceres/entretextos/pdf/entre5/fenomeno.pdf

_______, Iuri M. La semiotica de la cultura y el concepto de texto. Entretextos. Revista electronica semestral de estudios semioticos de la cultura. No. 2 (Noviembre, 2003), ISSN 1696-7356. Traducción del ruso de Desidério Navarro. Disponível em http://www.ugr.es/~mcaceres/entretextos/pdf/entre2/escritos/escritos2.pdf

MOLINARI, Paula. Conhecer e expressar o indizível - O Legado de Alfred Wolfsohn / Paula Molinari. - Campo Limpo Paulista: Editora FACCAMP, 2008.

MOLINARI, Paula. Técnica Vocal: princípios para o cantor litúrgico / Paula Molinari. - São Paulo: Paulus, 2007. - (Coleção liturgia e música)


VALENTE, Heloísa de Araújo Duarte. Os cantos da voz: entre o ruído e o silêncio. - São Paulo: Annablume, 1999.

ZUMTHOR, Paul, 1915-1995. Introdução à poesia oral / Paul Zumthor; tradução de Jerusa Pires Ferreira, Maria Lúcia Diniz Pochat, Maria Inês de Almeida. - Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.


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Artigos 1 - Música para Educadores Musicais

Música para Educadores Musicais - sob a Perspectiva da Pedagogia Wolfsohn

Breve descrição
Iniciamos uma nova forma de pesquisa com a publicação de um artigo em construção que pretende dialogar com os leitores. Essa é uma proposta relacionada ao Centro de Estudos de Voz Wolfsohn e ao Grupo de Pesquisa Performance e Pedagogia Wolfsohn e Hart (Cnpq), como um caminho de construção de conhecimento que leva em conta o espaço virtual como local de troca. A proposta delineia o TCC da turma de Música -2010 da Faculdade Campo Limpo Paulista e o trabalho está sob a orientação da Prof. Mestra Paula Molinari.

Artigo
1.     INTRODUÇÃO
Em 2010 iniciou-se a primeira turma de música licenciatura da Faculdade Campo Limpo Paulista com um projeto pedagógico construído sob a luz da Pedagogia Wolfsohn e isso quer dizer partir de um ponto onde o educador escuta o educando para a tomada de decisões e para as escolhas pedagógicas definitivas modelando as ações.
A disciplina Prática de Conjunto Instrumental e Vocal integrara a estrutura curricular com a finalidade de sintetizar, na prática, não somente a junção de alguns em torno da execução de uma partitura mas, pretende fazer soar uma conduta de escuta que significa ouvir com disposição de moldar-se ao presente proposto e utilizar-se dos recursos necessários para, dentro das possibilidades apresentadas, partindo das potencialidades, transformá-las em solo seguro para atirar-se à zona de desconforto e, assim, aprender pela percepção gerada na participação ativa.
Com isso, nesse artigo, os objetivos são: i)  iniciar uma reflexão sobre a abrangência da implantação da prática de conjunto instrumental e vocal no curso de licenciatura – música como lugar de experiência e junção dos conhecimentos do todo de disciplinas oferecidas; ii) suscitar a importância do registro como fazer científico valorizando a educação pela pesquisa.
2.     DESCRIÇÃO DO PROCESSO
Esta pesquisa é uma pesquisa de cunho qualiquantitativo, descritiva.
Criou-se um grupo de trabalho formado por seis alunos pesquisadores participantes orientados por um professor pesquisador também participante. Tais escolas visaram atender ao objetivo de número dois, a saber, suscitar a importância do registro como fazer científico valorizando a educação pela pesquisa. Dessa forma, os pesquisadores participantes puderam construir o conhecimento enquanto a coleta de dados era realizada.
Cada aluno pesquisador recebeu uma atividade a ser desenvolvida durante os horários da disciplina onde a pesquisa de campo se realizara. As atividades foram: registros em áudio, vídeo e fotográfico das aulas e apresentações do grupo; criação de um arquivo com todas as partituras com os arranjos feitos pelo grupo, organização dos questionários, definição das questões a serem apresentadas, coleta de relatos dos participantes,  preparação dos arquivos para futura publicação em formato e-book, tabulação dos resultados e apresentação do trabalho.
Para atender o objetivo primeiro, a saber: iniciar uma reflexão sobre a abrangência da implantação da prática de conjunto instrumental e vocal no curso de licenciatura – música como lugar de experiência e junção dos conhecimentos do todo de disciplinas oferecidas, os questionários e relatos foram de fundamental importância.
No item que segue descrevemos com maiores detalhes cada procedimento.

3.     RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para termos  ideia de como os alunos perceberam a relação com o modo de aplicação e o objetivo principal os relatos coletados  em aula e o questionário aplicado serviram de ponto inicial para a discussão.
Iniciamos pelo questionário.
Foi um questionário com nove questôes fechadas onde quatorze integrantes responderam e na sequencia das aulas coletamos relatos de experiência escritos livremente por cada participante das aulas.
Para o questionário, as perguntas identificadas  de um a nove tiveram implícitos conceitos desenvolvidos em aulas expositivas durante a disciplina. No caso das perguntas Q1 e Q 9 tiveram como eixo condutor o tema de uma das primeiras aulas.
Nas aulas introdutórias, em consonância à idéia de Molinari, 2011 em  “o estudo da percepcão como fundamento da compreensão musical e as interelações entre o estudo da percepcão, criação e performance musical”, apresentou a relação indissociável entre percepção e performance. No intuito de estabelecer se a forma de aplicação da disciplina contribuiu para a fixação de conceitos as questões Q 1 e Q 9 buscaram trazer à tona o resultado. As perguntas foram:
Q 1 - Do ponto de vista educacional, você considera o desenvolvimento da escuta através das atividades de prática de grupo uma ferramenta potente para exercitar as percepções?
Q 9 - A prática de grupo instrumental e vocal foi uma síntese prática das disciplinas que compuseram a estrutura curricular quando fez vir a tona as habilidades necessárias para o bom desenvolvimento do todo.
Percebemos que a apropriação da percepção como fator primordial foi amplamente absorvida e que a disciplina como síntese integradora dos saberes teve maioria de afirmativas, porém, foram cinco respostas negativas. Como o caráter dessa pesquisa é qualiquantitava, apresenta-se aqui um apontamento para ser retomado quando da continuidade dos estudos inicialmente inaugurados por esta primeira ação.
A disciplina de Prática de Grupo Instrumental e Vocal é um lugar de experimentação da construção do ser cidadão quando exercita as relações em grupo analogamente ao convívio social. Cientes da afirmação de Giacóia e Molinari (2011), discutindo a Pedagogia Wolfsohn que permeia todo o projeto pedagógico de curso da qual a disciplina é integrante, as questões Q 2 e Q 8 tiveram a preocupação de buscar uma compreensão desse trânsito possível. A afirmação de Giacóia e Molinari (2011) é de que na Pedagogia Wolfsohn, quando da prática vocal grupal:
·         “o grupo passa a ser um potencializador das particularidades e individualidades quando, unido pela organização de seu condutor, o educador, serve de suporte para que estas se apresentem através da voz e possam ser materializadas nas atividades artísticas propostas”.
As perguntas Q 2 e Q 8 foram:
Q 2 - Do ponto de vista social, suscitar a prática de grupo instrumental e vocal pode auxiliar o aluno na sua inserção e desempenho enquanto cidadão?
Q 8 - Da forma como o grupo relacionava-se no início e como se relaciona agora durante as práticas, pode-se admitir que um progresso foi perceptível no que concerne ao fazer grupal de maneira geral.
Para ambas a maioria responde positivamente, o que traz á tona a afirmação de que o fazer musical grupal, norteado por essa forma de aplicação e guiado pela pedagogia que a suporta, a saber a Pedagogia Wolfsohn, refletiu positivamente na compreensão de um trânsito possível entre o fazer musical e o ser cidadão, no que concerne ao convívio social.
Assim sendo, uma outra afirmação se abre, ao mesmo tempo que impulsiona um assunto para aprofundamento: a prática musical, norteada por uma pedagogia clara e específica, aplicada por um educador preparado pode facilitar os mecanismos de sociabilização.
O próximo princípio motivador é Paulo Freire:
·         “Faundez em diálogo com Freire (1985, p. 35-36 apud Monteiro, 2004, p. 30-31): acredito que aprendemos, através das rupturas, que a grande lição da vida está em que a vida é uma corrente de rupturas, uma ruptura que precisa ser destruída, para ser superada, e essa nova ruptura tem de ser superada por uma ou outra ruptura. Penso que as grandes e as pequenas rupturas são as que realmente nos ensinam a respeitar, a ser diferentes e, fundamentalmente, a ser modestos, humildes.  

As perguntas Q 3, Q 4 e Q 7, apresentadas logo abaixo, buscaram a compreensão de um dos princípios propostos que Paulo Freire ressalta e que apareceram, com maior visibilidade nos relatos coletados quando aparece na fala dos participantes a menção à saída da zona de conforto. Na maior parte dos relatos há uma afirmação que a saída da zona de conforto, que aqui apresenta-se como ruptura, foi uma das potencialidades do processo educacional pelo qual todos passaram. Foi um trânsito de saberes que permitiu educar o educador musical a ouvir numa perspectiva humanista traçando uma rota de fuga dos caminhos do ensino tradicional tecnicista.
Vejamos as perguntas:
Q 3 - A prática de grupo instrumental e vocal desenvolveu criativamente a tomada de decisões quando previu a existência de um grupo unificador composto por arranjador, coordenador e copista. Aos poucos percebemos que o desafio em arranjar; organizar o ensaio e ensaiar eram tarefas que dependiam da decisão de cada um em contribuir.
Q 4 - A prática de grupo instrumental e vocal tal como foi proposta, ou seja, como uma primeira experiência de arranjar e experimentar arranhos coletivos como forma de resolver os problemas técnicos individuais de execução, afinal os arranjos deviam levar em conta o nível técnico do intérprete, e daí, preparar para a prática de grupo em sala de aula numa escola ou em projetos contribuiu para minha formação.
Q 7 - A postura do educador musical humanista ficou delineada no decorrer da disciplina. Coordenar, dirigir e dar suporte são atitudes diferentes de mandar executar, repetir exaustivamente e apresentar.
Nos resultados de Q 3 e Q 7 pode-se manter a afirmação, porém, não fosse a coleta dos relatos, o índice qualitativo não apresentaria o que, cotejando as duas formas de avaliação de resultados pode-se verificar qualitativamente nos relatos. Frases como: aprendi porque saí da zona de conforto ou enfrentar o instrumento que eu tinha mais dificuldade, sair da zona de conforto, me fez ter segurança, estão presentes na maioria dos relatos. Cotejando informações das duas fontes de coleta de dados apresenta-se uma primeira situação:
a)       Houve aprendizado com a proposta de ruptura dos padrões (dado qualitativo);
b)       Não se tornou consciente como isso se deu (dado quantitativo – vide Figura 1, abaixo).
Outro aspecto de interesse. A vontade de existência. Diante da afirmação:
·         “Padrós (2002): Assim como a memória valida a identidade pessoal, a história garante a autoconsciência coletiva. Mais, enquanto o conhecimento histórico apresenta significativa resistência à passagem do tempo (uma das principais razões da história é conservar o conhecimento do passado), a maioria das lembranças morrem com seus possuidores.”  
Vontade de existência através da materialização da identidade pessoal através da memória pode ser um indicador de comprometimento, satisfação e principalmente, de aceitação do processo vivido. Assim, as questões Q 5 e Q 6, buscaram escutar esse aspecto e foram redigidas da seguinte maneira:
Q 5 - A proposta de transformar a experiência vivida em material didático e de consulta para outros me anima muito como educador musical, afinal, o registo das atividades é reconhecimento do esforço empreendido.
Q 6 - A publicação em meio digital é uma forma de comunicação que auxiliara na propagação de nosso trabalho.
A maioria respondeu afirmativamente e isso leva a uma observação: a criação coletiva transforma singularidades quando coloca-as em relação de alteridade.

Figura 1: Respostas ao questionário de percepções

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
No intuito de contribuir para futuros trabalhos seguem as considerações finais. São elas:
a)       A prática de conjunto vocal e instrumental, da maneira como fori aplicada, sob a luz da Pedagogia Wolfsohn, mostrou-se como uma importante utilização do espaço criativo  como espaço também de reflexão para o fazer educativo na formação de educadores musicais;
b)       O registro como parte do processo de aprendizagem é determinante para a construção do saber e da valorização da educação pela pesquisa;
c)       A prática de conjunto vocal e instrumental para os cursos de licenciatura precisam de uma estratégia de aplicação que saia da perspectiva tecnicista e potencialize a abordagem humanista, neste aspecto, a Pedagogia Wolfsohn pode auxiliar educadores a compreenderem o transito de um para outro fazer sem a perda do produto final;
d)       Pesquisas sobre esse assunto são necessárias para contribuir com a formação dos educadores musicais.

REFERÊNCIAS

GIACÓIA. Luciano Rogério D. e MOLINARI, Paula [on line]. Wolfsohn and Hart Voice Work. Em Busca da Expressão Artística: uma perspectiva pedagógica a explorar. Revista Eletronica de Educação e Ciencia. ISSN 2237-3462. Disponível em http://www.fira.edu.br/revista/edicao_2011_1_1.html
MOLINARI, Paula [on line]. O Estudo da Percepção como Fundamento da Compreensão Musical e as Interelações entre o Estudo da Percepção, Criação e Performance. Disponível em http://prezi.com/uxbm5f1g4h__/copy-of-o-estudo-da-percepcao-como-fundamento-da-compreensao-musical-e-as-interelacoes-entre-o-estudo-da-percepcao-criacao-e-performance-musical/

MONTEIRO, A. L. Autoformação para ser mais: processo de humanização e de constituição da identidade. In: SAUL, A. M. (org.). Paulo Freire e a formação de educadoresMúltiplos Olhares. 3.ª ed. São Paulo: Articulação Universidade/Escola, 2004, p. 22 – 35.

PADRÓS, Enrique Serra [on line]. Usos da Memória e do Esquecimento na História. Revista Literatura e Autoritarismo - o esquecimento da violencia. ISSN 1679-849X. Disponível em http://w3.ufsm.br/grpesqla/revista/num4/ass02/pag01.html

20 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    1. oie !!!!
      Nossa!! que massa !demais e se pararmos pra pensar a voz comanda td e todos mesmo, bons e ruins , mas no canto , podemos expressar de maneira direta ou indireta o que sentimos , e temos na alma , seja bom ou ruim ,
      Transmitir para seu instrumento o canto , como se ele falasse por vc eu só posso imaginar , pois cheguei a viajar imaginando COMO FARIA ISSO , TEM MESMO QUE TOCAR COM ALMA, CORAÇÃO PRA QUE ELE FALE DE VDD, E passe a mensagem que o músico deseja passar EU QUERO VER. Vc passando a mensagem atraves do seu instrumento musical fazendo com que ele fale por vc
      Amei !!!

      Parabens

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  2. Olá, Pamela! Primeiramente quero parabenizá-la pelo seu artigo. Gostei muito! Dentre as várias abordagens, algumas coisas que me chamaram a atenção foram o enfoque que vc deu para os instrumentos musicais como uma extensão da voz do músico, a voz como portadora de sentimentos e a voz nas dimensões do corpo, mente e psiquismo. Parabéns!!! Eliana Zago

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  3. ola
    Pamela tudo bem !!!!
    tenho gostado muito de suas aulas

    Uma ligação entre voz ,corpo e instrumento ,com a voz você reproduz sons podendo senti-los com a alma e trazendo isso' ao corpo ocorrendo uma fusão e se tornando uma obra de arte, uma só voz.

    E até então eu não tinha me dado conta de que o instrumento também canta ,não é apenas fazer um som ,mas uma musicalidade sendo uma extensão do nosso corpo.

    Uma voz sem palavras mas com significado!

    E em questão da espiritualidade na música podemos afirmar que isso éra presente antes da criação do mundo, onde lucífer que hoje o conhecemos por satanás que atuava regendo o coral dos anjos de Deus .

    I Samuel 16:23 E sucedia que, quando o espírito mau da parte de Deus vinha sobre Saul, Davi tomava a harpa, e a tocava com a sua mão; então Saul sentia alívio, e se achava melhor, e o espírito mau se retirava dele,

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  4. Pamela, interesante este artigo que liga a voz aos instrumentos, muitas vezes cantamos ou tocamos algum instrumento, mas não conseguimos passar o sentimento de que, um esta ligado ao outro, sendo capaz de tocar o mais profundo de nossa alma, isso demonstra que ainda devemos buscar esta espiritualidade, que é capaz de testificar a junção dos elementos que completam a verdadeira escencia da musicalidade, capaz de nos contagiar e também aqueles que estão ouvindo, através da expreção corporal que nos leva a entender o que o instrumento esta nos pasando.

    Gostei muito do artigo...

    Mario Sergio

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  6. oi, gostei muito do artigo, A esperitualidade da voz - Precussão, A espiritualidade segundo Geraldo é aunião de 3 coisas: gesto corporal, o sentiemnto que ele tem dentro da liturgia cristã a atitude espiritual que este gesto corporal e mental, desenvolvimento vocal, e canto gesto corporal, voz que é corpo e mente, atitude espiritual na voz que sente no corpo coração e alma.

    Adorei !!! seu artigo Parabéns

    ALUNA: IZABEL GOMES DA SIVLA RA; 16817

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  7. Oi Pamêla
    Então...Adorei o artigo, entedi que a voz e o nosso corpo são como um só, estão sempre ligados, como, mente voz e corpo
    essas são as fundamentais para que possam expressar nossos sentimentos seja ele de diversas maneiras, onde o nosso corpo como percussão ea voz como um instrumeto de percussão também se faz presente, e a nossa mente coordena o que é feito para poder expressar aquilo que estamos sentindo naquele momento...Pois apesar de tudo é o dom que todos nós temos lá dentro só basta nós mesmos explorarmos, e quebrar nossos paradigmas, para que todos possam ver o que nós somos capazes de fazer com nós mesmos com apenas nosso corpo, voz, mente e alma =)

    Arthur Octávio!

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  8. Olá profº Pamela !! Muito bom seu artigo !!

    Estou gostando bastante de suas aulas, eu tenho uma vaga experiencia com percussão que é na orquestra de metais de Cpl, onde eu toco o prato, e na verdade nunca vi tanto sentido, eu realmente só via como algo que marcava a pulsação ou que fazia "barulho", porém agora estou tendo uma outra visão para coisa, realmente é possível se expressar com isso, dar uma identidade a mais para música. Mais ainda sinto com muito mais facilidade a questão de falar com o instrumento no meu próprio instrumento que é o violino, espero que com o decorrer das aulas isso aumente mais e mais.

    Paloma Brunelli.

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  9. Parabens pela materia professora Pamela.
    Depois de ler o texto sobre a espiritualidade da voz, compreendi que a voz não é simplesmente uma voz que emite sons e timbres dos mais diferentes que sejam, mas é a continuidade do que sentimos, conseguindo expressar e conectar nossa espiritualidade atraves deste poderoso instrumento.A voz não é terminada quando paramos de cantar para tocar algum instrumento, mas é a continuidade da voz que podemos identificar atraves do instrumento.Alguns jazzistas ao improvisar cantam as notas internamente ou com um som audivel juntamente com seu intrumento, demonstrando com isto que realmente o instrumento é a continuidade da nossa voz.
    Anderson Araujo:primeiro semestre musica faccamp.

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  10. ..+ É muito interessante o seu artigo Pãmela.

    É importante notar qe a voz nos leva ao sagrado, atravez dos sons e dos gestos. Achei imteressante tambem o fato dos instrumentos musicais serem uma extensão do musico, serem uma extensão da sua propria voz.

    Kélvia e Marcos: primeiro semestre de musica'

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  11. Ola pamela gostei do seu artigo ao ler tive a sensação agradável de retornar a pensamentos confusos da natureza do som, e da expressão que é dada a ele. Através dos sons, a capacidade que temos de expressar emoções e sentido das sonoridades, que agem em todo o universo, traz a ideia de estarmos conectados a expressividade do som.Sendo ele o sentido definitivo da espécie humana como característica.a liberdade e a arte. “a projeção da verdade do ser como obra”(Martin Heidegger/filosofo).o sons se encontram em todos os lados e lugares! , pode-se domina-lo, aprende-lo e padroniza-lo.A musica e o instrumento; que é a forma de comunicação do musico! é fácil de realizar mas difícil de sentir.portanto aquele que domina a espiritualidade do som e se move através dele,como forma natural e independente de ser; é assim considerado como mensageiro divino.Ser (belo) no sentido dado por (immanuel Kant) “belo é tudo aquilo que agrada sem interesse(econômico ou moral)”,passando para o mundo o que o desconhecido som do infinito tem a dizer.

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  12. anderson da silva de oliveira primeiro semestre

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  13. Adorei o artigo!!

    Escolhi a Música por que era aonde eu me sentia em paz, aonde conseguia me expressar totalmente, se estava triste ou feliz foi em meu instrumento e em minha voz que eu pude me expressar. Fiz Coral por 3 anos e cada música que cantava sentia algo diferente. E realmente era algo que vinha lá da dentro, vinha da alma.
    E pelo artigo pude entender mais ainda sobre isso, pois a Voz, corpo, sentimentos e instrumentos estão totalmente ligados, por que nos libertamos de tudo e podemos sentir e expressar isso.

    Taleessa Silva Rodrigues. 1 Semestre.

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  14. Ola Pamela

    Esse artigo é de suma importância para compreendermos um pouco mais da espiritualidade da voz, onde é necessário ter um respeito mútuo entre o músico e instrumento.
    E visto que voz não é o simples cantar, mas sim o que estamos expressando com o instrumento, como o de percussão citado. Emoção e interpretação estão inteiramente ligado a voz.

    Jéssica da Silva Reis 1º semestre

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  15. Hello...Pamela
    Parabéns pela matéria e sucesso!!!
    Sempre fui apreciador da voz humana principalmente quando ouço um quarteto ou um coral. Sinto uma energia muito forte que é transmitida pelas vozes, o que você chamou de "espiritualidade". Tenho certeza que Deus a criou para O louvarmos e para servir de instrumento de mensagens positivas para nossa alma, corpo e mente. Gostei quando vc disse que o instrumento de percussão fala sem palavras. Geralmente pensamos nele como um marcador...um pulsador...um agitador. Com suas aulas, comecei a prestar muita atenção na percussão das músicas que ouço e procuro entender a voz que é formada por eles...é sensacional...uma viagem sem fim...emocionante. Realmente eles falam e nos completam!!!
    Valeu...abç
    RA 18692

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  16. Olá, Pamela!
    Adorei seu artigo. E meus sinceros parabéns!
    Com certeza a nossa voz transmite todos os nossos sentimentos, emoções, sensações. E é incrível quando conseguimos transferir todas essas sensações através de algum instrumento. Hoje eu entendo quando meu professor de violino dia"você conseguiu através da técnica executar notas,mas não estou vendo a sua expressividade". Com o passar do tempo, com o amadurecimento,consegui perceber que a música nos envolve como um todo, é preciso que haja uma integração entre corpo, alma e espírito ,para que assim possamos transmitir ao mundo externo toda a nossa música interior.É conseguir expressa-se sem dizer palavras, mas sim fazer -se percebível através do indizível!!!! Grande abraço! Hátyla Pavan

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  17. (ISRAEL PEDROSO PIRES)
    Olá Pamela, li o artigo e gostei, compreendi e me afirmei de que a voz tanto cantada quanto a voz de um instrumento é a principal via de expressão que um ser humano tem, ou seja, é por onde ele manifesta os diversos afetos de sua alma mediante ao som. É a via de expressar o "INDIZÍVEL".

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